Essa tradição milenar, que surgiu no Oriente Médio, encontrou espaço entre os adolescentes como uma nova “moda”, muitas vezes encarada com leveza pelos pais
Nos últimos anos, uma prática antes restrita a certas culturas ganhou notoriedade entre os jovens brasileiros: o uso do narguilé. Essa tradição milenar, que surgiu no Oriente Médio, encontrou espaço entre os adolescentes como uma nova “moda”, muitas vezes encarada com leveza pelos pais. Contudo, é essencial compreender os riscos associados a essa tendência, especialmente quando se trata da saúde e bem-estar dos jovens.
O narguilé, também conhecido como hookah, shisha ou cachimbo d’água, é uma forma de tabagismo que se tornou popular por seu sabor doce e aspecto social. Infelizmente, a ideia equivocada de que é menos prejudicial do que cigarros convencionais levou muitos adolescentes a adotarem essa prática, sem plena consciência dos seus impactos na saúde.
A Dra. Ana Maria Silva, renomada pneumologista pediátrica, alerta que o narguilé não é inofensivo como alguns acreditam. “O tabaco utilizado no narguilé libera substâncias tóxicas, incluindo monóxido de carbono e metais pesados, que são prejudiciais aos pulmões em desenvolvimento dos adolescentes. Além disso, o ato de compartilhar o mesmo bocal pode facilitar a transmissão de infecções virais e bacterianas.”
Já o psicólogo especializado em dependência química, Dr. Roberto Santos, destaca a natureza psicossocial do uso do narguilé entre os jovens. “A prática muitas vezes é impulsionada por fatores sociais, como a busca por aceitação e pertencimento a determinados grupos. É crucial que os pais estejam atentos aos sinais de envolvimento de seus filhos com o narguilé, promovendo uma comunicação aberta para entender as motivações por trás dessa escolha.”
Diante desse cenário, é imperativo que os pais estejam informados e engajados na prevenção do uso do narguilé por seus filhos. O diálogo franco, sem julgamentos, é fundamental para entender as motivações por trás do interesse nessa prática. Além disso, é essencial educar os adolescentes sobre os riscos reais para a saúde, desmistificando a ideia de que o narguilé é uma alternativa segura ao cigarro.
Os especialistas são unânimes: a prevenção começa em casa. A Dra. Silva conclui: “Os pais têm um papel crucial em fornecer informações claras e apoiar seus filhos na tomada de decisões saudáveis. Manter um diálogo aberto sobre os perigos do narguilé é o primeiro passo para proteger a saúde e o futuro de nossos jovens.”