
Calma. Respira. É natural que as crianças, que são super curiosas e perceptivas, fiquem assustadas com esse tipo de notícia. E, por mais que a gente queira protegê-las desse mundo tão complicado, o melhor caminho não é fingir que não está acontecendo. É conversar, acolher, explicar — na medida certa.
Se você é pai, mãe ou responsável, provavelmente já se viu numa situação dessas: a TV ligada, as redes sociais cheias de notícias pesadas — bombas, guerra, destruição — e, de repente, aquela pergunta que faz qualquer adulto engasgar:
“Mãe, o que é guerra? Vai acontecer aqui? A gente vai morrer?”
Calma. Respira. É natural que as crianças, que são super curiosas e perceptivas, fiquem assustadas com esse tipo de notícia. E, por mais que a gente queira protegê-las desse mundo tão complicado, o melhor caminho
não é fingir que não está acontecendo. É conversar, acolher, explicar — na medida certa.
E como fazer isso de forma leve, sem gerar mais ansiedade?
A gente foi ouvir três especialistas que trouxeram dicas valiosas pra você lidar com esse assunto difícil aí na sua casa.
1. Fale a verdade, mas na medida certa – Dra. Renata Oliveira, Psicóloga Infantil
“Esconder não ajuda. As crianças percebem quando algo está errado. Elas escutam as conversas, veem as expressões dos adultos, sentem o clima. Se você não explica, a imaginação delas cria cenários muito piores. O ideal é ser honesto, mas adaptando a explicação pra idade da criança.”
Como fazer?
Diga algo como: ‘A guerra é quando países brigam, infelizmente, usando armas. Isso acontece longe daqui, e existem pessoas no mundo todo trabalhando pra acabar com essas brigas e proteger as pessoas.’
– Evite detalhes cruéis, imagens ou descrições que aumentem o medo.
2. Acolha os medos e ofereça segurança – Dr. Lucas Menezes, Psiquiatra da Infância e Adolescência
“As crianças precisam ouvir dos pais uma mensagem clara de proteção. Mesmo que você esteja triste ou preocupado, seu filho não tem estrutura emocional pra carregar essa tensão do mundo. O que ele precisa é saber que, dentro da casa dele, ele está seguro e protegido.”
O que dizer?
‘Eu entendo que você ficou assustado, filho. Eu também fico triste com essas notícias. Mas saiba que aqui, no nosso país, estamos seguros. E existem pessoas muito importantes que trabalham pra proteger todo mundo.’
– Dê abraço, olho no olho, carinho. Isso acalma muito mais do que mil explicações.
3. Transforme o medo em empatia e ação – Prof. Mariana Soares, Educadora e Especialista em Desenvolvimento Infantil
“É uma oportunidade de ensinar empatia, solidariedade e cidadania. Explique que, mesmo que a gente não possa resolver a guerra, podemos ajudar de outras formas: enviando doações, desenhando mensagens de paz, rezando, ou simplesmente desejando o bem para as crianças que estão lá.”
Dicas práticas:
– Proponha uma atividade: fazer um desenho, uma cartinha com palavras bonitas, uma oração ou até conversar sobre como seria um mundo sem guerra.
– Isso ajuda a criança a processar o que sente e entender que, mesmo longe, ela pode espalhar amor e paz.
Palavras que acalmam e curam:
“Estamos seguros.”
“O nosso país não está em guerra.”
“Existem muitas pessoas boas trabalhando pela paz.”
“Podemos fazer coisas que ajudam as pessoas, mesmo de longe.”
Atenção, pais:
Evite deixar TV ligada em noticiários violentos na frente dos filhos. O excesso de informação, de imagens fortes e de conversas tensas deixa a criança mais ansiosa. O mundo pode estar confuso lá fora, mas dentro da sua casa, seu filho precisa encontrar o porto seguro que é você.